O texto a seguir foi escrito pela aluna Giulia Covolo Spegiorim, do 9º ano do Colégio Lumen. Tal trabalho foi uma proposta do 1º bimestre como apoio ao debate sobre o Capitalismo e o Socialismo, onde o aluno deveria argumentar sobre seu posicionamento político.O texto da Giulia apresentou argumentação convincente e mostrou sua maturidade e segurança na defesa de suas ideias. Leiam!
O capital socialista
Justiça. O que é justiça?
O socialismo, com uma proposta na qual o povo é a lei, é o governo justo?
O "capital" não é o protagonista nesse governo. O bem-estar social e
a suprema igualdade entre os cidadãos são as metas a serem atingidas, e a
disciplina é a única maneira eficiente e rápida de concluí-las. Foco,
conhecimento. Obsessão. Um governo sem classes sociais, sem a hierarquia social
que sempre distinguiu os trabalhadores. Não há miséria nem fome no governo
socialista. Mas, isso é justiça?
Sem as classes
sociais, o capital seria igualmente dividido entre a população. Operários,
gerentes, carpinteiros. Médicos, professores. Formas diferentes de trabalho
merecem o mesmo reconhecimento, a mesma remuneração? É simplesmente uma questão
qualitativa. A qualificação exigida para um médico não é a mesma exigida para
um pedreiro. O estudo não é o mesmo. São ocupações diferentes, funções
diferentes. Ambos dignos, porém distintos.
Com salários
devidamente equilibrados, as terras agrícolas também são igualmente divididas,
com a chamada reforma agrária. Todos teriam seu próprio pedacinho de
terra para cultivar seu alimento; assim não haveria mais fome, já que cada um
sustentaria-se por si só. E aquele proprietário que lutou a vida toda para
construir um patrimônio digno para si e para seus filhos, netos e bisnetos terá
que dividir sua herança com uma, talvez várias pessoas que não se interessaram
em lutar, em suar por algo, e ganharão sustento de "mãos beijadas".
Talvez isso não
seja mesmo justiça.
Algumas
alterações deveriam ser feitas no método socialista, e então temos o método capitalista,
onde a personagem de destaque é o próprio dinheiro, o próprio capital. Seu
objetivo é o desenvolvimento, o progresso por meio do acúmulo desse capital.
Custe o que custar.
Friedrich Hayek,
ao descrever o capitalismo, aponta para o caráter auto-organizador das
economias. Outros acreditam ser o sistema que se opõe ao trabalho altruístico
de servir o "bem comum".
O fato vem a ser
que, o sistema do capital é o sistema da tecnologia, da burguesia e da miséria.
Ao mesmo tempo em
que países capitalistas investem em novas tecnologias, a educação, a saúde e
outros princípios básicos que deveriam ser prioridade em qualquer governo são
esquecidos, fazendo com que o desenvolvimento atinja apenas uma parcela da
população.
É, talvez isso
também não seja justiça.
Por que então não
adotar uma política que una os ideais sociais e a busca pelo progresso? Porque
enquanto não houver equilíbrio, não haverá justiça.
Giulia Covolo Spegiorim 9º ano verde- Colégio Lumen Guararapes.
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